Números, 14:11 – Disse então o Senhor a Moisés: Até quando me desprezará este povo e até quando não crerá em mim, apesar de todos os sinais que tenho feito no meio dele?
Deus é um ser que está no mundo, participa dele e é ele próprio. Tudo o que vivemos é uma cena dramática que ocorre dentro dele, e por suas leis são guiadas, não há dúvida.
Em nossas relações criamos sempre dois mundos separados: aquele que ocorre aquém e além das janelas dos olhos. No aquém dos olhos guardamos todas as verdades de nossa existência, nossa consciência e nossas percepções e emoções do mundo que partilhamos. Além dos olhos está somente a superfície que concordamos em partilhar com quem nos cerca. O amor é o martelo que usamos para derrubar as muralhas que separam esses dois mundos.
Deus espera de nós que aprendamos, através de seu amor, que essa muralha precisa ser derrubada, tornando-nos seres únicos, aquém e além. Para ele, que compreende o todo pois o todo é parte de si, estamos imersos em sua consciência e, portanto, não há separação entre os dois mundos. Nossa existência, a construção da sabedoria que temos falado tanto, é exatamente a derrubada dessa muralha.
O mundo é complexo, e nele Deus se expressa de diversas maneiras, sempre mostrando-nos o caminho. Ele é aquele ancião que segue à nossa frente, lanterna de azeite na mão, iluminando as pedras e seus gumes, preparados para ferir nossos pés. Ele demonstra, mas também se frusta pela nossa incapacidade de compreender o caminho desenhado. Ele persevera pois ele é a esperança viva que alimenta a nossa própria, mas ele também é a confluência das emoções e sentidos vivendo intensamente cada uma delas.
Buscamos nos ater sempre ao aquém dos olhos. Acreditamos que o arrependimento da alma é a saída para a construção da relação perfeita com Deus, mas na verdade, o além dos olhos precisa ser alinhado, pelo amor pelo outro, com esse amor de dentro. Fomos colocados no mundo não somente para amar-nos, mas para amarmos também ao outro com quem, juntos, formamos o próprio Deus de fato.
Romper a muralha, usando toda a força no martelo para desconstruí-la. Eis a mágica do amor. Eis o que espera de nós. Eis como não desprezar a dádiva da existência providenciada por Ele, aquele que não tem olhos, nem aquém, nem além.
Meu filho lendo as mensagens que vc posta ,a gente percebe o quanto somos ingratos com Deus,precisamos rever nossas atitudes
Isso faz parte do aprendizado. Não somos perfeito, e Ele sabe disso…