Dia 46 – O Verdadeiro Milagre

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Números, 20:8 – Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha perante os seus olhos, que ela dê as suas águas. Assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais.

 

O que é o milagre?  De onde ele vem? Qual a relação dele com a divindade e a humanidade?

 

Milagre é aquele ato que subverte a lógica,  rompendo os limites do crível, retesando os músculos frente ao impossível.  Milagre é a ação imperfeita que mostra que verso e anverso são faces não únicas de um mesmo mundo.  Milagre é a ação que mostra que há mais do que o que nossos olhos vêem.

 

Mas, de fato,  até que ponto os milagres são imperfeições,  e até que ponto nossa miopia não nos permite compreender além da lógica que imaginamos?  Essa, na verdade, é a questão fundamental da vida. Ao longo do tempo vamos descobrindo como a essência de Deus criou o mundo, avançando em sua compreensão e percebendo que o mundo é um só e dele advém a vida que se transmuta em nossos milagres particulares.

 

E, conforme nos aproximamos do amor construtivo de Deus e da essência da sua lógica,  percebemos que o verdadeiro milagre é o próprio Deus que conjuga em si a expressão de sua presença.  O sopro doado é a centelha que desanuvia os olhos e permite que a luz na retina ensine qual a verdade fundamental.

 

Milagre é a própria vida. Milagre é a capacidade de compreender e categorizar como impossível que a pedra verta água. Milagre é a água matar nossa sede. Milagre é cruzar o olhar e, vendo a alma do outro,  descobrir o amor que nasce naquele momento e que dura a vida toda. 

 

Milagre é conhecer pelo cheiro, confortar-se do frio e sentir nas mãos a maciez do pelo de um gato.

 

Este mundo milagroso, contínuo e perpétuo é o exercício do impossível que Deus dá-nos diariamente e que, teimosamente, procuramos desviar da mente.

 

Vem de Deus e é por Deus. Este é o milagre.

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